o mais engraçado nas apreciações positivas e nas citações de eça, um século depois, pelos nossos mais letrados, é que eles próprios correspondem, muitas vezes, à luz dos dias de hoje, àquilo que o autor criticava. é como quem diz “lê e cala-te”. eça não tinha interesse em expor as fragilidades da sociedade para a galhofa alheia, mas sim para que toda a sociedade – toda – fizesse uma espécie de exame de consciência, soubesse rir de si própria, não estivesse preocupada com aparências e não projectasse nos outros as suas próprias frustrações. pobre eça que, hoje, é usado exactamente para o contrário, pelos nossos mais eruditos wannabe’s.
lembrei-me disto por causa deste post do rps que me fez pensar na quantidade de pessoas que iriam concordar com o texto sabendo nós que esta posição de eça não é a da maioria.
Grande Zé Maria!!!
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